Na saída da cidade, de dentro do ônibus, observei as montanhas. As que que estavam mais perto eram de um verde pálido, e as de longe, de um cinza azulado. Estavam envoltas em nuvens de um cinza chumbo, pesadas e chorosas. Por segundos me uni à elas... Nascidas do seio da terra, e erigidas com majestade, como que tentando alcançar o céu sem sucesso....
E abraçada às montanhas, senti o pulsar de seus corações. Senti suas dores, seus temores, seus anseios e seus amores. Me senti una com elas. Majestosa e opulenta, com altos e baixos, cheia de vida e ao mesmo tempo devastada, desmoronando por um lado e me erguendo por outro. Cheia de cicatrizes. Em meio à terra, pedras e árvores estava eu lá, tentando alcançar o céu e no máximo chegando às nuvens, onde nada mais podia fazer a não ser sonhar com dias melhores....
Em uma fração de segundo a visão se desfez e eu segui refletindo o quanto podemos vivenciar e aprender, ou quanto podemos apenas sonhar nesse tempo sem tempo....
Carmem de Vasconcellos
27/11/2014
Namaste
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