domingo, 4 de dezembro de 2011

Um Pouco da História da Cerâmica





"A alquimia permite criar joias com argila, como faziam os egípcios.
É aí que o forno torna-se parte do universo onde o tempo é ignorado.
O fogo ainda é o mesmo e a magia do vidro se processa da mesma forma.
Com intensidade e energia o ceramista traz das cinzas o brilho e a poesia das cores, transmitindo seu profundo amor à natureza."


O fogo era fonte de luz e calor. Útil para cozer os alimentos. Foi quando o homem primitivo descobriu que, ao levar ao fogo certos materiais eles se transformavam em outras possibilidades. A terra poderia virar pedra! Daí surgiu a cerâmica.

A cerâmica é muito antiga, sendo que peças de argila cozida foram encontradas em diversos sítios arqueológicos. No Japão, as peças de cerâmica mais antigas conhecidas por arqueólogos, foram encontradas na área ocupada pela cultura Jomon, há cerca de 8.000 anos, talvez mais.
Os egípcios foram os primeiros a ter uma cerâmica vidrada; as matérias primas de suas terras desérticas davam às suas peças e contas uma cor turquesa. Com sua pasta egípcia, onde sais solúveis de sódio migravam para a superfície da peça durante a secagem, obtiveram depois da queima um vidrado que imitava a pedra que usavam em suas joias. Com suas técnicas viram que, ao misturar minerais com cobre em suas argilas, obtinham vidrados brilhantes, azuis e turquesas.
Mais tarde, descobriram que usando os mesmos materiais da pasta egípcia, poderiam fazer um esmalte para ser aplicado na superfície de suas cerâmicas resultando num melhor controle de aplicação, cores e efeitos. Mesmo com esmaltes altamente alcalinos e difíceis de serem aplicados, os egípcios atingiam os 1050ºC em suas queimas.
Sírios e babilônios aprenderam a usar o chumbo em seus vidrados e a colori-los com ferro, cobre e manganês. Hoje o chumbo é pouco usado por ser altamente tóxico.
Totalmente por acaso, as cinzas passaram a fazer parte das peças cerâmicas. Descobriu-se que os restos da madeira que era usada como combustível nos fornos, voavam e caíam sobre os tijolos e peças durante as queimas reagiam com a argila e produziam um verniz natural, belo e expressivo, só com o movimento do fogo. Ao sacar as peças do forno, algum ceramista descobriu esse efeito ao ver o leve brilho que impermeabilizava suas peças.
O prazer, em trabalhar usando esmaltes com cinzas, é de poder tentar reproduzir uma técnica antiga com materiais encontrados facilmente na natureza. Sem forno à lenha, usam-se cinzas no esmalte.






Abraços de luz!

Carmem de Vasconcellos

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