quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

A Lenda do Paraíso Terrestre


Mundo Novo
O Paraíso Terrestre
(Kaiapó)

A nação indígena dos Kaiapós habitava uma região onde não havia o Sol e nem a Lua, tampouco rios e florestas, ou mesmo o azul do céu. Lamentavam apenas de alguns animais e de raízes, pois não conheciam peixes, pássaros ou frutas.
Certo dia, estando um índio a perseguir um tatu-canastra, acabou por distanciar-se de sua aldeia. Inacreditavelmente, á medida que o índio se afastava, sua caça crescia cada vez mais.
Já próximo de alcançá-la, o tatu rapidamente cavou a terra, desaparecendo dentro dela. Sendo a cova imensa, i índio decidiu seguir o animal, ficando surpreso ao perceber que, ao final da escuridão, brilhava uma faixa de luz. Chegando até ela, maravilhado, viu que lá existia outro mundo, com um céu muito azul e o sol a iluminar e a aquecer as criaturas; na água, muitos peixes coloridos e tartarugas. Nos lindos campos floridos, destacavam-se as frágeis borboletas; florestas exuberantes abrigavam belíssimos animais e insetos exóticos, contendo ainda diversas árvores carregadas de frutos. Os pássaros embelezavam o espaço com suas lindas plumagens.
Deslumbrado, o índio ficou a admirar aquele paraíso, até o cair da noite. Entristecido ao acompanhar o pôr do sol, pensou em retornar, mas já estava escuro... Normalmente surge à sua frente outro cenário maravilhoso: uma enorme Lua nasce detrás das montanhas, clareando com sua luz de prata toda a natureza. Acima dela, multidões de estrelas faziam o céu brilhar. Quanta beleza! E assim permaneceu, até que a Lua se foi, surgindo novamente o Sol.
Muito emocionado, o índio voltou à tribo, e relatou as maravilhas que viera a conhecer. O grande pajé Kaiapó, diante do entusiasmo de seu povo, consentiu que todos seguissem outro tatu, descendo, um a um pela sua cova através de uma imensa corda, até o paraíso terrestre. Lá seria o magnífico mundo Novo, onde todos viveriam felizes.

Fonte: Lendas e Mitos dos índios Brasileiros/ Waldemar de Andrade e Silva. FTD


Abraços no coração!

Carmem de Vasconcellos


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