quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

A Lenda da Sereia do Amazonas


Yara
A rainha das Águas
(Tupi)

            Yara, a jovem Tupi, era a mais formosa mulher das tribos que habitavam ao longo do rio Amazonas. Muito atraente, com longos e negros cabelos, tinha um sorriso meigo e sensual. Mantinha-se, entretanto, indiferente aos admiradores, preferindo sua liberdade. Caminhava pela floresta e pelas areias brancas dos rios, envolvendo-se constantemente em suas águas claras. Por sua doçura, todos os animais e as plantas a amavam.
          Numa tarde de verão, mesmo após o Sol se pôr, Yara permanecia no banho, quando foi surpreendida por um grupo de homens estranhos. Tinham longas barbas, usavam roupas pesadas, botas e chapéus. Falavam uma língua desconhecida e pareciam muito agressivos. Sem condições de fugir, a jovem foi agarrada e amordaçada, não podendo se livrar daquelas mãos rudes, que tocam todo o seu corpo. Acabou por desmaiar, sendo, mesmo assim, violentada e atirada ao rio.
          O espírito das águas, com pena da jovem, transformou o corpo de Yara num ser duplo. Continuaria humana da cintura para cima, tornando-se peixe no restante. Assim, permaneceria bela, e poderia ao mesmo tempo viver no rio eternamente, como uma sereia de água doce.
          Yara passou a entender os pássaros e a conversar com os peixes, e como as sereis, com seu canto e beleza atraía os homens de maneira irresistível.
          Ao verem a linda criatura, eles se aproximam dela, que os abraça e os arrasta às profundezas, de onde nunca mais voltam.

Fonte: Lendas e Mitos dos índios Brasileiros/ Waldemar de Andrade e Silva. FTD

Abraços de luz! 

Carmem de Vasconcellos


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